Durante o 2º Fórum Planeta Campo o painel discutiu os desafios e oportunidades do Brasil com relação a rastreabilidade socioambiental
Durante o painel O Futuro da Rastreabilidade, realizado no 2º Fórum Planeta Campo, foi discutido o cenário do mercado mundial, que caminha para impor barreiras comerciais a produtos produzidos em áreas de desmatamento.
Neste contexto, foram abordados os desafios para a produção agrícola e pecuária do Brasil, como monitorar o gado do nascimento ao abate, conscientizar e viabilizar as práticas de rastreabilidade para os pecuaristas. A rastreabilidade da produção de grãos também foi discutida durante a sessão.
Participaram do painel:
Luiza Bruscato, diretora executiva do GTPS, o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável;
Liège Correia, diretora de sustentabilidade da Friboi;
Ivo Martins, gerente sênior de relações governamentais da AllfFlex Brasil;
Gisela Introvini, vice-presidente da RTRS no Brasil;
e Tirso Meirelles, presidente do Sebrae e vice-presidente da Faesp/Senar-SP.
Falando sobre a produção de soja em regiões consideradas pobres e improdutivas, Gisela explicou que a produção na região do Matopiba busca seguir as exigências do mercado europeu e busca novos espaços para a soja brasileira, de acordo com os princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Já Liège Correia ressaltou que as plantas frigoríficas já rastreiam os fornecedores diretos de gado e também vem avançando na rastreabilidade dos fornecedores indiretos.
Mas ressaltou que o setor precisa avançar e depende do engajamento dos produtores rurais para que isso seja possível. “Não depende só da indústria, precisa da parceria do produtor rural. Precisamos levar conhecimento e oportunidade, mas a escolha final é do produtor rural.”
Correia explicou ainda o que a companhia vem fazendo para incluir os produtores por meio de ações como a Plataforma Pecuária Transparente. Esta é uma iniciativa pioneira no setor que com a utilização de tecnologia blockchain, entre outras técnicas, permite avanços inéditos na rastreabilidade da cadeia produtiva de bovinos no bioma amazônico.
Outra ação citada por Correia foram os Escritórios Verdes. “Por meio da plataforma não permitimos a compra de fazendas que estejam envolvidas com desmatamento ilegal, embargadas por estar em área de preservação, entre outras práticas. Contudo, é preciso estímulo para regularizar quem está fora das práticas corretas, por isso criamos os Escritórios Verdes. Nossa meta é ter 100% dos nossos fornecedores até 2026 cadastrados na plataforma.”
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